Monday, July 16, 2007

Jean-Michel, perdeste a exclusividade (Não a grandiosidade...)


Kiss V by Roy Lichtenstein

In: http://en.easyart.com/art-prints/Roy-Lichtenstein/Kiss-V-133905.html

Wednesday, February 07, 2007

Onde estou...



estou entre blogs,
entre [muse]icas,
entre livros meio-lidos,
entre frases inacabadas,
entre mensagens lidas,
entre viagens marcadas,
amigos que me marcam todos os dias,
projectos que temo,
medos que me assaltam,
assaltos que não temo;
estou entre um download ou dois,
entre um link e um enter,
entre um beijo...
entre uma imagem,
entre momentos...
Estou a ouvir Muse,
estou a libertar-me ao som deles...
estou a levar-me comigo...
estou.

Não preciso de dizer nada aqui...

Monday, January 15, 2007

Que se lixe o último post... Fica assim, inacabado!



Autor da Foto: Genial desconhecido...
Local: Uma parede lisboeta que nunca mais vai ser a mesma...
Autor da Frase: Baltasar Gracián (fui ver ao google...)

Monday, December 04, 2006

Indisposição - s. f., leve alteração das funções normais do organismo; desorganização; malquerença; conflito; zanga; desavença. (in Priberam, Dicionário da Língua Portuguesa On-Line)
É tudo isto que eu sinto, e não sei bem porquê. Parece que voltei a uma velha bifurcação de caminhos; a uma encruzilhada, das velhas e inquietantes. Sinto, de facto, ‘leves alterações no normal funcionamento do organismo’. Começa com um formigueiro na cabeça, que me deixa arrepiado, como se fosse o medo a querer tomar conta de mim… Este formigueiro acaba por passar, e dá lugar a uma pontada no peito, como se estivesse alguém lá dentro a querer sair sem conseguir dar com a saída… Segue-se o enjoo, o enojo, a náusea, a tontura, a vontade de querer deitar para fora qualquer coisa, apesar de eu saber que é essa coisa que me mantém seguro de mim mesmo.
A ‘desorganização’ merece um parágrafo à parte…Sempre vivi numa completa e total desorganização. Aprendi um dia que todos nós estamos sempre presos a uma determinada organização, desde o dia que nascemos, até ao dia que perecemos. Descobri, há já algum tempo, que a minha organização reguladora por excelência era a desorganização. Mas nunca uma desorganização desorganizada. Não. A minha desorganização sempre se organizou a si mesma. Hoje não. Sinto-me a querer desorganizar a minha desorganização. Desorganizo-me de uma forma tão desorganizada que nem sei por que parte começar a desorganizar.
(continua…)

Tuesday, October 25, 2005

Escrevo nestas horas mortas… Quando menos me apetece… Quando o cansaço me consome, e quando o sono me deixa completamente desnorteado. Escrevo quando as mãos me doem, quando estou farto de escrever, quando a cabeça parece andar à roda, fatigada, estafada, estufada…
Escrevo porque não quero escrever, porque não sei escrever, porque não sei O que escrever; escrevo porque já está tudo escrito, ou melhor, porque me revolta pensar que já está tudo escrito. Então, por breves instantes (nos quais me apetece tanto escrever como morrer), finjo ser o arquitecto supremo do mundo, e escrevo… Mas, à semelhança do verdadeiro arquitecto, pouca coisa de jeito se pode aproveitar deste súbito ataque de escrita controlado. Apenas se pode notar no meu maldito texto um sentimento de raiva com as palavras, que, apesar de parecerem tão simples e tão fáceis de manusear, estão repletas de segundas intenções, de segredos e de medos… Alguém me disse um dia que as palavras parecem punhais… É pena essa frase ter sido dita pela pessoa cujas punhalavras me fizeram sucumbir a primeira vez que morri… Já lá vão muitos segundos… Segundos ora, pois contei-os. Mas já foram muitos!
Mas odeio também as palavras quando estas me fazem sentir feliz. Odeio-as porque dão voz àquilo que não deveria ser dito ou demonstrado por palavras… É que parece tão simples usá-las, e quando nos damos conta elas é que nos estão a usar a nós. Odeio-as porque ás vezes elas se adiantam e falam antes de eu as pensar, antes de eu as escolher. São atrevidas, malmandadas. Odeio-as também por serem espontâneas, por serem animalescas; por transformarem sentimentos puros em palavras gastas; em palavras rotas, remendadas, mas já sem conteúdo: vazias. As palavras enganam.
Vou passar a não ouvir. Melhor, vou passar a não ouvir palavras. Vale a pena ouvir o mar, o vento, a chuva… ouvir um corpo… Mas palavras não. Palavras doem. As palavras julgam-se donas da verdade; julgam que lá por serem a materialização, que são também o material. Pois bem, eu não sou feito de palavras.
Bem, acho que vou ser obrigado a parar de escrever por imperativo de consciência. Aliás, dizer que é um “imperativo de consciência” é já um motivo suficiente para ir dormir e ter bons pesadelos. É que estava a gostar de escrever estes parágrafos, e este, como bom manifesto anti-prosa e anti-palavra que pretende ser, peca já por alguma empatia com estas minhas arqui-inimigas. E isso, não pode ser.
Enfim, deixo estas palavras aqui escritas e guardadas, e só espero que se matem umas às outras, pois não dizem NADA. Mas, o que é nada?!?! É só mais uma palavra…

25/10/2005 0:31h

Monday, October 24, 2005

Inspiração, que será a inspiração mais do que o simples processo anterior ao de expiração?!? (Será que vou expirar por tanto inspirar?!?!) Inspiro aquilo que me inspira, ou aquilo que aspira a inspirar-me; ou inspiro aquilo que me inspira a aspirar o que me há-de inspirar… É tudo muito confuso, muito… E, não é afinal “inspirar” o mesmo que “aspirar”?!? A verdade é que eu inspiro, aspiro, ingiro, digiro e, por fim, infiro. Mas, passados já todos estes metabolismos, pouco ou nada parece se aproveitar… Apenas uma conversa entre surdos-cegos-mudos, que tentam (sem sucesso) alimentar a esperança de se entenderem… Apenas um diálogo a dois, entre mim e eu mesmo, entre alguém que não sabe, e outrem que desconhece… Um diálogo em que, por vezes, quando eu falo, mim apenas abana com a cabeça, fingindo ouvir… Ou que quando eu oiço mim falar, penso o extremo oposto… Apenas (…) penas…
De que vale então a inspiração, a dedução ou a opinião quando já tudo parece ter seguido o seu caminho sem me perguntar nada?!?
Por vezes dou comigo muito pensativo, e pergunto a mim (mesmo!): “em que estás a pensar?”, quando mim “mesmo” está apenas a pensar no que pensar…
Será que nunca ninguém pensou que já está tudo pensado e que já não vale a pena pensar?!? Penso que pensar é algo acessório, que enfeita as nossas carcaças; um mero adereço de bijutaria… Mas também penso que pensar (coisa que a meu ver não nos leva a lado nenhum) nos consegue levar aonde nós mais queremos ir: a lado nenhum. É em lado nenhum que há paz, amor, que há solidariedade, que há bem-estar, que há equilíbrio entre tudo e todos… E se, a meu ver, pensar nos leva a lado nenhum, talvez seja preciso pensar cada vez mais, e cada vez com maior empenho, de modo a chegarmos ao melhor lado nenhum possível; ao lado nenhum a que ninguém mais chega… Não a uma terra de nunca, mas sim a uma terra do nunca; uma terra em que lado nenhum se encaixaria perfeitamente, e em que todo este imenso coisa nenhuma irradiasse harmonia, paz de espírito…
Vou dormir, até porque já estou farto de pensar em não pensar, em pensar como não pensar; de pensar em pensar mais, em pensar melhor, como pensar; já estou farto de pensar pensar. Foram umas longas horas a pensar. Penso em descansar… Só espero pensar em coisa nenhuma durante o meu sonho, de modo a alcançar lado nenhum – a nossa infindável terra do nunca, na qual te vou reencontrar, serena, para que me possa afogar nessa tua paz inquieta que tanto me acalma, a ALMA.

23/10/05 1:56h